Geneticistas encontram características desconhecidas da esclerose múltipla

17/08/2011

Na última semana, foi divulgado o maior estudo genético já feito sobre a esclerose múltipla, prometendo, no futuro, oferecer novas possibilidades de tratamento para a doença. A pesquisa confirmou que 23 regiões de genes – que já eram suspeitas – têm relação com a enfermidade, enquanto que outros 29 novos locais foram descobertos no levantamento publicado no último dia 10, pela revista científica Nature. O trabalho, que envolveu quase 250 pesquisadores, acompanhou 9.772 pacientes diagnosticados com o mal e outras 17.376 pessoas saudáveis como grupo controle. A pesquisa foi conduzida em 15 países (Alemanha, Austrália, Bélgica, Dinamarca, Espanha, EUA, Finlândia, França, Irlanda, Itália, Noruega, Nova Zelândia, Polônia, Reino Unido e Suécia). Na esclerose múltipla, ocorrem lesões na chamada “bainha de mielina”, uma camada que protege os neurônios. A doença ataca o sistema nervoso central (cérebro e medula espinhal), quando os danos podem acarretar piora em funções básicas que vão desde o controle do intestino e da bexiga até a visão. No entanto, o que os cientistas ainda não sabem é o que leva à deflagração da esclerose múltipla. Nessa pesquisa, feita por um grupo internacional liderado por cientistas das universidades inglesas de Cambridge e Oxford, a análise genética minuciosa levou a avanços no conhecimento da síndrome. Entre as descobertas está a confirmação de que essa é uma doença autoimune, ou seja, o próprio sistema de defesa do corpo ataca a bainha de mielina. “Identificar a base da susceptibilidade genética de qualquer condição médica gera uma compreensão confiável dos mecanismos da doença. Nossa pesquisa encerra um longo debate sobre o que acontece primeiro na sequência complexa de eventos que leva à incapacidade na esclerose múltipla. Agora está claro que a enfermidade é, primariamente, uma doença imunológica. Isso tem implicações importantes para futuras estratégias de tratamento”, comenta Alastair Compston, um dos autores principais da pesquisa.
Conversar pelo Whatsapp
Olá estamos esperando seu contato!
Que tal tirar suas dúvidas pelo WhatsApp?
Iniciar Conversa!