Ong afirma que casos de câncer no mundo cresceram 20% em uma década

14/09/2011

A incidência de cânceres no mundo cresceu 20% na última década, sendo registrados 12 milhões de novos casos ao ano – número superior à população da cidade de São Paulo. A informação, divulgada na primeira quinzena deste mês, é da Ong World Cancer Research Fund (WCRF). Para efeitos comparativos, nos últimos dez anos, a população global passou de, em torno de 6,2 bilhões de pessoas, para 6,9 bilhões (aumento de cerca de 11%), conforme estatísticas da Organização das Nações Unidas. Assim, os cálculos do WCRF, feitos a partir de dados da Organização Mundial da Saúde, apontam que cerca de 2,8 milhões desses casos estão relacionados à alimentação, atividades físicas e peso da população, “número que deve crescer dramaticamente ao longo dos próximos dez anos”, segundo a instituição. O alerta é feito, portanto, em antecipação à conferência da ONU, entre 19 e 20 de setembro, sobre as chamadas doenças não transmissíveis (câncer, males cardiovasculares, doenças respiratórias crônicas e diabetes). “Essas doenças são uma ameaça ao mundo inteiro e, em particular, países em desenvolvimento”, fala em comunicado a WCRF. BRASIL No caso do país tropical, os dados mais recentes levantados na pesquisa, disponibilizados pelo banco de dados Globocan, da OMS, datam de 2008 e apontam que os tipos mais comuns de câncer são, entre os homens, o de próstata (com 41,6 mil casos registrados) e de pulmão (16,3 mil). Já entre as mulheres brasileiras, a maior incidência era de câncer de mama (42,5 mil casos) e de colo do útero (24,5 mil). Para a WCRF, também no Brasil muitos casos de câncer têm relação com o estilo de vida. “Estimamos que cerca de 30% dos tipos de câncer que estudamos no país estão relacionados à dieta, às atividades físicas e ao peso”, comenta Richard Evans, porta-voz da Ong, através de e-mail, à agência de notícias BBC Brasil. “Com relação ao câncer de intestino, um dos tipos de câncer mais ligados ao estilo de vida, estimamos que 37% dos casos brasileiros estejam relacionados a esses fatores”, completa. Ainda, dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares 2008-2009, do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), apontam um ritmo crescente de obesidade entre as crianças brasileiras: cerca de 16% dos meninos e 12% das meninas com idades entre cinco e nove anos são hoje obesas no país – quatro vezes mais do que há 20 anos. De acordo com analistas ouvidos pela agência, em agosto, o aumento recente da renda média do brasileiro levou à substituição dos alimentos naturais pelos industrializados e a maiores níveis de estresse e sedentarismo, que estão por trás do crescimento dos índices de obesidade na população. O movimento foi acompanhado por um aumento nas taxas de excesso de peso, que passaram de 42,7% em 2006, para 48,1% em 2010. A pesquisa é do Ministério da Saúde.
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