Risco de AVC pode aumentar mesmo com pressão alta dentro do limite

05/10/2011

Pessoas com pré-hipertensão têm risco 55% maior de sofrer um acidente vascular cerebral (AVC) no futuro em relação a indivíduos sem histórico do problema. Além disso, pacientes com menos de 65 anos de idade, que estão na maior faixa de pré-hipertensão, têm probabilidade 79% maior. O resultado é de um estudo realizado na Faculdade de Medicina de San Diego, na Universidade da Califórnia, EUA, em uma revisão da literatura científica sobre o assunto, publicada na última semana, na edição online da revista Neurology. De acordo com a pesquisa, foram compilados 12 estudos da população em geral (quatro dos EUA, cinco do Japão, dois da China e um da Índia) e usadas estatísticas para descobrir se realmente existe maior risco de derrame em pacientes com pré-hipertensão. Juntos, os trabalhos envolveram mais de 518 mil participantes e períodos entre 2,7 e 32 anos, com ocorrências documentadas de AVC. Ainda foram incluídos materiais de bibliotecas e bases de dados médicos. Conforme o apurado, a prevalência de pré-hipertensão nos estudos variou de 25% a 46%. Nos EUA estima-se que cerca de 1/3 dos adultos tenha o problema. O resultado independeu de fatores como idade, sexo, etnia, diabetes, obesidade, colesterol, tabagismo, tipo de pressão arterial (sistólica ou diastólica) ou de AVC (isquêmico ou hemorrágico). A pré-hipertensão é uma categoria clínica criada por especialistas em 2003 para descrever pacientes cuja pressão arterial está elevada, mas ainda dentro de uma faixa considerada normal. Também pouco ainda se sabe sobre a real ameaça do problema, que é definido por uma leitura de pressão sistólica (o número mais alto) entre 120 e 139 mmHg e uma leitura diastólica (o valor menor) entre 80 e 89 mmHg. Já a pressão alta, além de AVC, pode levar a insuficiência ou ataques cardíacos, doenças cardiovasculares e renais. De acordo com o professor de neurociências da Faculdade de Medicina de San Diego, Bruce Ovbiagele (também autor sênior do estudo), quanto maior for a pressão arterial, maior será o risco de doenças e morte – possivelmente já a partir da faixa normal de sangue. Ovbiagele fala comenta ainda que estavam faltando evidências conclusivas sobre o tema e que novas pesquisas são necessárias. Já para o neurologista e diretor do Programa de Derrame em San Diego, Thomas Hemmen, que não estava envolvido no trabalho, as informações são inovadoras. Ao longo dos anos, a faixa de pressão arterial identificada como favorecedora de AVC e problemas cardiovasculares foi reduzida. Agora, tudo o que está acima de 115 (ou 11,5, na leitura popular) pode aumentar os riscos – no entanto ainda são necessárias novas ferramentas para o diagnóstico de pré-hipertensão. Contudo, tanto Hemmen quanto Ovbiagele concordam que há poucas evidências científicas de que tomar remédio para baixar a pressão pode prevenir derrames. Por outro lado, os dois médicos dizem que tais descobertas devem encorajar as pessoas com pressão arterial alta, mas ainda dentro da normalidade, a mudar de comportamento. Também jovens e adultos de meia-idade devem verificar a pressão arterial regularmente. Se forem enquadrados na faixa mais alta de pré-hipertensão, precisam tomar medidas específicas para modificar o estilo de vida como reduzir a ingestão de sal e manter um peso normal.
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