Coração artificial brasileiro tem autorização de testes em humanos

18/04/2012

O novo modelo de coração artificial desenvolvido no Brasil deve começar a ser testado em seres humanos dentro de dois meses. As informações são da Agência Brasil. Cinco pacientes da fila de espera do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, em São Paulo, serão os primeiros a receber o equipamento, que estabiliza a função cardiológica do doente e possibilita a sobrevida até o transplante do órgão. O desenvolvimento do coração artificial, produzido para ser colocado dentro do paciente, atuando em auxílio ao coração, teve início em 1998 e foi idealizado por Aron José Pazin de Andrade, coordenador do Centro de Engenharia em Assistência Circulatória do Instituto Dante Pazzanese, onde o dispositivo foi construído. O aparelho é indicado para pacientes que não respondem mais ao tratamento clínico. “Esse dispositivo pode ajudar os dois ventrículos e a situação do paciente não piora mais, pois restabelece sua boa circulação sanguínea e descarrega o trabalho cardíaco. Com isso o paciente pode suportar o tempo que for necessário dessa forma; não há limite de tempo”, afirma Andrade. – Há pacientes com dispositivos similares colocados há cerca de seis anos. A partir dos bons resultados obtidos com o uso do aparelho em animais desde 2004, os pesquisadores do projeto pediram autorização para o Conselho Nacional de Ética em Pesquisa (Conep) e para a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para testá-lo em humanos. Segundo com Andrade, os testes deverão ser feitos em dez pacientes, durante um período de um a dois meses – mas o tempo de testes poderá chegar a 20 meses. Os pacientes escolhidos devem pesar entre 45kg e 90kg. “O paciente tem de estar em fila de espera do transplante, com o coração já debilitado, não respondendo mais às drogas que são ministradas para ‘consertar’ a situação”, comenta o coordenador. O coração artificial, que agrega alta tecnologia e está sendo construído de forma quase artesanal em um laboratório especializado no Dante Pazzanese, deverá custar de R$ 60 mil a R$ 100 mil. “Aqui no Brasil, o custo do investimento já foi pago com dinheiro público, arrecadação. O que vamos cobrar, no caso, é a despesa de produção do aparelho, enquanto que o SUS [Sistema Único de Saúde] consegue, nesses valores bem menores, sustentar a aplicação do aparelho”, destaca Andrade. Já no exterior, um aparelho similar custa em torna de US$ 200 mil (R$ 367 mil) e sua aplicação depende do treinamento de uma equipe médica para colocar o aparelho. – E apenas no Estado de São Paulo, conforme dados da Secretaria Estadual de Saúde, 99 pacientes estão na fila de espera de transplante. O aparelho foi desenvolvido com apoio do Hospital do Coração, Ministério da Saúde, Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
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