Esperanças na luta contra o HIV
18/03/2013
Pelo fato da AIDS ser uma doença de certa forma longeva, cada passo em direção a uma cura definitiva para esse mal que ainda acomete uma grande parte da população mundial deve ser comemorada como uma vitória.
Uma nova esperança na luta contra o vírus HIV deve ganhar fôlego nas próximas semanas. O caso é que cientistas franceses vão dar início a testes clínicos com uma vacina contra a AIDS que será aplicada em 48 voluntários soropositivos de Marselha, cidade do sul da França.
Embora seja uma vacina – o que invariavelmente nos leva a pensar em cura – essa nova arma não deverá ser o fim da AIDS, mas há expectativa de se conseguir substituir os coquetéis de antirretrovirais, que causam efeitos colaterais desagradáveis.
A vacina terá como objetivo reverter a função da proteína denominada Tat (Transativador de Transcrição Viral), que nos soropositivos protege as células infectadas, fazendo com que o organismo não consiga reconhecê-las e neutralizá-las, multiplicando assim o vírus.
Os 48 pacientes serão vacinados três vezes, com intervalo de um mês entre cada dose. Depois, devem suspender o tratamento com coquetéis por dois meses. Se após esses dois meses a taxa de vírus no sangue for indetectável, o estudo terá cumprido os critérios estabelecidos.
Em caso de sucesso, 80 pessoas vão participar da segunda fase dos testes. Elas serão divididas em grupos, e metade tomará a vacina enquanto a outra, placebo.
Virando o Jogo
A evolução do tratamento da AIDS é indiscutível. Ainda que os números sejam um pouco assustadores, onde cerca de 12 mil pessoas morrem todos os anos no Brasil – o que equivale a trinta mortes por dia –, devemos tomar nosso governo como exemplo, já que esse fornece 21 dos 30 medicamentos existentes no mundo, a fim de garantir a qualidade de vida de mais de 250 mil pacientes.
Ainda que muito tenha sido feito para que esse cenário mude, é necessário ampliar o atendimento aos pacientes e o acesso aos testes de HIV, ou seja, adotando medidas como o tratamento de gestantes infectadas, para evitar a transmissão aos filhos, e à profilaxia pós-exposição, ou seja, o uso de remédios depois de uma relação de risco.
Deve-se ter em mente também que medicamentos nunca vão substituir a prevenção, ou melhor, o uso do preservativo, que deve ser visto como um aliado na luta contra o vírus HIV.