Conciliar cigarro e atividade física pode aumentar risco de doenças

23/02/2011

Praticar atividades físicas está longe de ser suficiente para compensar os danos causados pelo tabagismo. Esse fato, atestado por médicos, não pode ser contornado nem por esportistas profissionais, como o ex-jogador Ronaldo e o lateral-esquerdo Roberto Carlos, fotografados fumando em cenas divulgadas no último dia 18 de fevereiro. A médica pneumologista Elnara Negri, do Hospital Sírio-Libanês, alerta para o risco do fumante se enganar com uma suposta compensação trazida pela atividade física: “O exercício moderado pode até combater os radicais livres, protegendo um pouco o corpo contra as lesões trazidas pelo cigarro. Mas isso é muito pouco, pois com o tempo o efeito do fumo passa a ser muito mais intenso”. Antes ou depois das práticas esportivas, o fumo traz prejuízos especialmente à capacidade de aproveitamento da respiração, condição necessária para o bom rendimento das atividades. “Quando você fuma e logo em seguida faz exercício físico, isso é desastroso, pois sua pressão arterial aumenta. E para quem tem problema de hipertensão, isso pode levar a complicações”, explica a médica Elnara. O cigarro é também um fator de risco para doenças coronarianas. Por isso quem fuma há anos e resolve praticar atividades físicas está exposto ao risco de infarto. “Antes de começar a fazer atividade física, [o fumante] precisa fazer um check-up cardiovascular e pulmonar completo”, recomenda a pneumologista. E, caso os exames mostrem que o paciente está apto, ele pode se exercitar com níveis graduais de esforço, acompanhado de um especialista. Segundo o médico do esporte e fisiatra Mário Sérgio Rossi Vieira, o cigarro piora o rendimento tanto de atletas profissionais quanto de pessoas que praticam exercícios físicos regularmente. “O cigarro vai afetar entre 20% e 30% a capacidade cardiovascular do fumante”, explica o especialista do Hospital Albert Einstein. Vieira alerta também que nem mesmo quem fuma só depois dos exercícios escapa dos danos ao corpo, pois “o cigarro depois de exercício físico é perigoso, já que você está respirando de maneira forte e acaba inalando uma substância altamente tóxica”. Fumar também leva a uma diminuição do muco no sistema respiratório. A substância protege o organismo contra agentes infecciosos como bactérias, vírus e partículas suspensas no ar poluído. O cigarro ainda pode levar ao endurecimento de vasos sanguíneos – fenômeno que aumenta a pressão arterial, e ao surgimento de aterosclerose – placas de gordura que aparecem na parede de artérias e veias. ATLETAS EM RISCO A médica pneumologista afirma que o dano do cigarro ao corpo também é notado na destruição das membranas que envolvem as células do corpo e na alteração do DNA. São sintomas conhecidos como estresses oxidativos. Conforme Elnara, atletas de alto rendimento como maratonistas podem ter a saúde comprometida pelo fumo, pois o estresse oxidativo é piorado: “São pessoas que já têm um envelhecimento mais precoce. Com a ação do cigarro, a destruição do corpo é potencializada”.
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