Tratamento eficiente para a calvície pode ter sido descoberto por acaso
02/03/2011
Pesquisadores norte-americanos podem ter descoberto – completamente por acaso – um composto químico que provoca o crescimento de cabelos ao pesquisar a influência do estresse sobre as funções gastrointestinais. A descoberta foi publicada na segunda quinzena de fevereiro pelo jornal científico PLoS One.
Os cientistas da UCLA (Universidade da Califórnia, em Los Angeles) fizeram alterações genéticas em camundongos para que eles produzissem em maior quantidade um hormônio ligado ao estresse chamado Fator Liberador de Corticotrofina (CRF na sigla em inglês) e, uma das consequências, foi a perda de pelos nas costas.
Na sequência os pesquisadores injetaram nos camundongos um composto chamado astressina-B – um peptídeo capaz de bloquear o efeito do CRF durante cinco dias seguidos. Mediram os efeitos do composto sobre o sistema digestivo dos animais e os colocaram de volta às gaiolas, junto aos demais camundongos. Mas, três meses depois, quando deveriam repetir as medições, os estudiosos perceberam que os pelos nas costas dos animais tinham crescido novamente.
“Quando analisamos o número de identificação dos camundongos em cujas costas cresceram pelos, descobrimos que de fato o peptídio astressina-B foi responsável pelo notável crescimento de pelos nos camundongos calvos”, afirma Million Mulugeta, um dos autores da pesquisa, que completa: “Estudos subsequentes confirmaram isso sem dúvidas”.
Apesar de, por enquanto os testes terem sido realizados apenas em camundongos, os pesquisadores têm esperanças de que este possa se tornar um tratamento eficiente contra a calvície em humanos.
“Poderia abrir novos campos para tratar a perda de cabelo em humanos por meio da modulação de receptores de hormônios de estresse, particularmente a perda de cabelo ligada ao estresse crônico e ao envelhecimento”, argumenta Mulugeta.