Surto de conjuntivite, com milhares de casos, atinge cidades de São Paulo

23/03/2011

Um surto de conjuntivite – que piorou muito depois do carnaval – vem enchendo os hospitais de diversas cidades do Estado, quando também muita gente tem deixando de trabalhar. A doença atinge cidades do interior e do litoral, onde muita gente passou férias. Por isso a Secretaria Estadual de Saúde está em alerta: já são aproximadamente 20 mil casos nos primeiros meses deste ano, sendo que esse número pode ser bem maior, pois nem todos os pacientes procuram atendimento médico – um problema, porque muitas pessoas fazem tratamento em casa, com o uso de água boricada e colírio, sem orientação médica adequada. “Em alguns casos, quando o paciente começa a melhorar, a visão piora. Às vezes bate de forma importante e por períodos prolongados, quando também o uso de um colírio que não seja indicado pode piorar a situação”, alerta o oftalmologista Luciano Arakawa. Nos três primeiros meses do ano passado foram 32,6 mil registros da doença que ataca os olhos, enquanto que durante todo o ano de 2010 houve 161,8 mil ocorrências, contra 153.102 casos em 2009. Os dados foram passados pela pasta com base no Sistema de Informações de Agravo de Notificações (Sinan). Conforme avaliação do Centro de Vigilância Epidemiológica, a maioria dos casos de conjuntivite neste ano é de origem viral, com facilidade de transmissão. No entanto, a Secretaria de Saúde do Estado alega em nota que “a maioria das ocorrências não apresenta complicações e pode ser tratada em casa ou em postos de saúde”. A pasta, porém, não informa as cidades com o maior número de casos. No entanto, municípios do litoral norte e da Baixada Santista registram boa parte das ocorrências. Números divulgados no último dia 16 pelas Secretarias de Saúde da Baixada Santista apontam 9498 casos de conjuntivite na região desde que o surto começou, em fevereiro. A cidade mais atingida até o momento é Santos, com 4048 casos de pessoas infectadas. PREVENÇÃO A conjuntivite pode ser causada por vírus e bactérias e, junto das viroses, é uma das doenças que aparecem todo ano em épocas como o carnaval. Ela provoca vermelhidão nos olhos, lacrimejamento, sensação de areia nos olhos, pálpebras inchadas e avermelhadas, secreção amarela nos cantos dos olhos ou nas bordas das pálpebras e intolerância à luz. O contágio é pelo contato com objetos contaminados como toalhas de rosto, fronhas e travesseiros ou mesmo com pessoas doentes. Por isso a Secretaria do Estado de Saúde dá algumas dicas de como prevenir a moléstia: lavar as mãos e o rosto com frequência, com água e sabão; evitar coçar os olhos; evitar o uso de objetos (maquiagens, copos, lençóis, toalhas, travesseiros, etc) de quem está com conjuntivite. A MAIS AGRESSIVA A conjuntivite viral é a forma mais agressiva e de mais fácil propagação da doença, de acordo com oftalmologistas. Além da vermelhidão e do inchaço característicos de todas as conjuntivites, a viral também causa uma sensação de “areia no olho”, bem como lacrimejamentos fortes (sintomas que duram em média duas semanas). Já, dependendo da gravidade, a doença pode deixar sequelas na córnea e atrapalhar a visão – por isso é importante procurar um oftalmologista nos primeiros sintomas, sendo também indicado o isolamento temporário do contato social. Outros tipos de conjuntivite são a bacteriana e a alérgica. Na primeira a secreção e o inchaço são mais intensos, quando os sintomas duram perto de uma semana. Na segunda o paciente sente coceira intensa e muito inchaço, precisando ser afastado do agente causador da alergia. TRATAMENTOS Conforme a pasta, o paciente precisa lavar os olhos com água fervida e gelada, lavar sempre as mãos, evitar coçar a região afetada, trocar as fronhas do travesseiro diariamente e tentar manter distância de locais com aglomerações, principalmente piscinas. Não havendo melhora dos sintomas, a recomendação é procurar um serviço de saúde. “Ainda é importante que as pessoas não usem colírios a base de antibióticos ou corticoides sem receita médica”, alerta a Secretaria.
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