Uma droga chamada “laquinimod” pode ser a solução, por via oral, para a esclerose múltipla. A novidade vem de uma pesquisa liderada por Giancarlo Comi, da Universidade Vita-Salute, em Milão – na Itália, publicada na última semana no encontro da Academia Norte-americana de Neurologia. O estudo acompanhou, em 24 países, 1106 pacientes com esclerose múltipla, durante dois anos. Os voluntários foram divididos em dois grupos e receberam diariamente doses orais de “laquinimod” (0,6 miligrama) ou de um placebo (pílula sem efeito químico, apenas psicológico) – ressaltando que aproximadamente 20% dos participantes abandonaram o projeto antes do fim. Os pacientes que foram tratados com a droga tiveram uma redução estatística de 23% no número anual de relapsos em comparação ao que tomaram o placebo. O medicamento trouxe ainda outros resultados desejáveis: a progressão da doença caiu 36% e houve ainda a diminuição de 33% na atrofia do cérebro. De acordo com os pesquisadores, o principal efeito colateral apresentado durante o estudo foi um aumento na produção de enzimas do fígado. Contudo eles afirmam que o efeito foi temporário, não gerando sinais de problemas no órgão. “Esses resultados empolgantes confirmam que o “laquinimod” tem impacto significante na progressão da deficiência e da atividade da doença, mantendo alto nível de segurança”, afirma Comi. “Isso pode ser atribuído ao mecanismo original de ação do ‘laquinimod’, que atacou com eficácia e segurança a atividade inflamatória e a acumulação de danos irreversíveis”, completa o pesquisador, satisfeito com os resultados.