Milhões de brasileiros de todas as idades sofrem com o refluxo

11/05/2011

Cerca de 35 milhões de brasileiros têm refluxo, um problema que atinge tanto crianças quanto adultos e causa queimação e retorno do alimento pelo esôfago, junto com o suco gástrico. Esse distúrbio é, muitas vezes, confundido com azia ou gastrite, sendo provocado pela falha em uma válvula que separa o esôfago do estômago. Para esclarecer o que causa o refluxo, como evitá-lo e tratá-lo, a pediatra e consultora Ana Escobar e o clínico geral Arnaldo Lichtenstein, do Hospital das Clínicas da USP, explicam, primeiramente, como é feito o diagnóstico e quais alimentos podem desencadear essa reação. Frutas ácidas como abacaxi e limão, molho de tomate, café, leite, chocolate e outros produtos gordurosos devem ser evitados. No refluxo o músculo na extremidade inferior do esôfago não desenvolveu direito ou é “fraco”, fazendo com que o alimento volte em direção à boca e, em casos mais graves, o tratamento pode ser a cirurgia, quando o médico refaz a válvula para que ela fique firme e o conteúdo ácido (de pH3, altamente corrosivo) do estômago não retorne para o esôfago. Além de queimação no tórax e incômodo, o problema pode causar tosse, rouquidão, ronco e até sangue pela boca, podendo ainda piorar o quadro de pessoas hipertensas. REFLUXO EM BEBÊS A pediatra ainda alerta sobre como identificar o problema em bebês, que podem acabar se engasgando mais facilmente. Deitar a criança sempre um pouco mais inclinada, com a cabeça de lado, pode ajudar – e, quando o estômago estiver muito cheio, o efeito do refluxo pode ser ainda pior. Se for muito frequente pode levar à desnutrição, pois a criança deixa de ganhar peso em decorrência do excesso de vômitos, além de problemas respiratórios como pneumonia (o leite pode ir para o pulmão) e esofagite (inflamação do esôfago pela volta do suco gástrico). Se o problema persistir por mais de 20 dias, já pode haver lesões. Todas as crianças nascem com a válvula do esôfago imatura. Por isso, até os dois meses de idade, é normal que os bebês tenham refluxo, mas as mães podem desconfiar dessa situação quando os filhos chorarem sem parar. Na consulta com o pediatra é possível fazer três exames: cintilografia (ingerir leite com uma substância colorida, que aparece no resultado e mostra o caminho percorrido pelo líquido), raio X e pHmetria (uma sonda que mede o pH no esôfago durante 24 horas). Cuidados recomendados: deixar a criança no colo até arrotar; evitar chacoalhá-la após a mamada; colocá-la para dormir com o berço inclinado; evitar pressionar o abdômen na troca de fraldas; evitar alimentos proibidos; engrossar o leite; sempre seguir a medicação corretamente.
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