Contra a Aids, é liberado lote do 1º genérico nacional do tenofovir

18/05/2011

O primeiro lote do genérico do remédio tenofovir, desenvolvido no Brasil, foi liberado para distribuição nesta semana. A confirmação é do fabricante, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e do Ministério da Saúde. O tenofovir é um dos principais medicamentos usados no coquetel de tratamento contra a Aids (Síndrome de Imunodeficiência Adquirida). O produto foi desenvolvido pela Fundação Ezequiel Dias, ligada ao Governo do Estado de Minas Gerais, em parceria com duas empresas privadas nacionais, sendo enviado aos Estados brasileiros no último dia 11. A expectativa dos fabricantes é produzir 80 milhões de unidades do tenofovir nos próximos três anos. A tecnologia de fabricação será transmitida ao parceiro governamental, que responderá diretamente ao Ministério da Saúde pelo abastecimento da droga. A criação do medicamento genérico surgiu a partir de uma PPP (Parceria Público Privada), iniciativa do Governo brasileiro para reduzir os gastos com medicamentos estratégicos, como os que compõem o coquetel contra a Aids. Para tanto, os custos de pesquisa para a produção do remédio no Brasil ultrapassaram os R$ 25 milhões. REDUÇÃO DO RISCO DE TRANSMISSÃO Uma pesquisa concluiu que é possível reduzir em até 96% o risco de um HIV-positivo transmitir o vírus que causa a Aids para uma pessoa não infectada. Divulgado na última semana, o estudo mostrou que há uma queda drástica na transmissão se o parceiro não infectado estiver tomando retrovirais. Os pesquisadores, do Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos, recrutaram em 2005 mais de 17 mil casais na África, Ásia, América Latina e EUA para participar do teste e, em todos os casos, apenas uma das pessoas do casal estava contaminada. Os participantes do experimento foram divididos em dois grupos: no primeiro, os parceiros não infectados receberam imediatamente um coquetel de retrovirais; já o segundo grupo recebeu o tratamento apenas quando a contagem de glóbulos brancos (leucócitos) caísse. – Mas todos receberam camisinhas e podiam fazer testes de HIV gratuitamente. Como resultado da pesquisa, entre os pacientes do primeiro grupo houve apenas um caso de transmissão entre parceiros. No segundo foram 27 casos – ressaltando que a pesquisa foi finalizada quatro anos antes do previsto devido aos resultados animadores. Para a Organização Mundial da Saúde (OMS), o resultado foi um “avanço crucial” na luta contra a Aids. Já para o diretor do programa de Aids na ONU (Unaids), Michel Sidibe, as pessoas que vivem com o HIV agora têm uma nova maneira de proteger seus parceiros contra a infecção. “Essa descoberta vai virar o jogo e acelerar a revolução pela prevenção”, afirma Sidibe. Contudo, as conclusões do Instituto Nacional de Saúde dos EUA foram publicadas no mesmo dia em que foi divulgada a descoberta de uma nova vacina capaz de proteger macacos contra o equivalente em símios ao vírus HIV, indicando um novo caminho na busca por uma vacina para humanos. IMPACTO Segundo a OMS, a transmissão sexual representa 80% de todas as novas infecções pelo HIV. Já o papel dos retrovirais em evitar a transmissão vinha sendo cogitado há algum tempo, após alguns estudos preliminares. No entanto os pesquisadores afirmam que essa é a primeira vez em que os estudos foram comprovados por testes clínicos. “Com esse estudo não se pode mais ignorar a evidência de que o tratamento do HIV é uma forma poderosa de se prevenir a transmissão do vírus, e que se pode ter um grande impacto nas epidemias da doença nos países mais afetados”, resume Keith Alcorn, da organização assistencial britânica NAN.
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