Células do próprio paciente ajudam na regeneração de medula lesionada
20/07/2011
Pacientes com lesões na medula podem se recuperar mais rápido com a ajuda de células retiradas de seu próprio corpo. A afirmação é de estudos realizados na República Tcheca, apresentados no Congresso Mundial de Neurociência, realizado em Florença, na Itália. A pesquisa está em fase de testes em seres humanos – ao todo 41 pessoas já participaram.
Os pesquisadores fizeram lesões experimentais em ratos, simulando o quadro em humanos, e perceberam que alguns tipos de células poderiam auxiliar na regeneração do local. Foram usadas células-tronco (que dão origem a diversos tipos de células) da medula óssea e também células precursoras da medula espinhal de embriões humanos.
Já em humanos foram utilizadas células obtidas da medula óssea do próprio paciente. Ao injetá-las, os estudiosos perceberam que tais células eram capazes de migrar para o tecido na medula espinhal e ajudar a regenerar o local lesionado.
No entanto, não são todos os pacientes que podem ser beneficiados. O estudo mostrou que as aplicações feitas em pessoas lesionadas com até 30 dias foram mais eficientes, quando os pacientes apresentaram melhora significativa – enquanto que, quando as células foram aplicadas em pacientes lesionados há mais de 467 dias, os tratamentos não tiveram resultados tão eficientes.
“Nesses pacientes lesionados há mais tempo, estamos usando estratégias combinadas com outras células. Nosso objetivo é continuar explorando a eficácia dessas combinações”, conta Eva Sykova, pesquisadora e professora da Universidade Charles, da República Tcheca.
Conforme a pesquisadora, mais de 40 milhões de pessoas em todo o mundo sofrem uma lesão na medula espinhal anualmente – e aproximadamente 2,5 milhões ficam com a lesão permanente. No Brasil, o Censo de 2000 (último levantado com os dados sobre paraplegia e tetraplegia) registrou 24 milhões de casos – ainda assim, sabe-se que cada ano surgem mais 10 mil novos casos.