Videogame se torna grande aliado aos tratamentos médicos

27/07/2011

Desde a criação de controles sem fio e comandos sensíveis aos movimentos do corpo, o videogame deixou de ser uma atividade sedentária, passando a ser também uma opção exclusiva para quem está em busca de diversão: os jogos são amplamente recomendados por médicos e fisioterapeutas para a reabilitação de pessoas com problemas vasculares, degenerativos e lesões pós-acidentes. “É uma terapia complementar que deve ser feita em conjunto com a fisioterapia e outros tipos de estímulos”, orienta o fisioterapeuta do Hospital Israelita Albert Einstein, Gustavo Balieiro de Freitas, que atualmente atende seis pacientes em casa (a maioria com mais de 60 anos de idade). Games como Wii (da Nintendo), Xbox (da Microsoft) e PlayStation (da Sony) ajudam a trabalhar habilidades como memória, raciocínio, atenção e equilíbrio, bem como recuperar movimentos perdidos ou prejudicados. Eles ainda melhoram a destreza, a coordenação motora, a velocidade e a concentração. “Acompanhamento é importante para que o paciente faça o exercício da forma correta – e também é bom lembrar que aquele período é de tratamento, não apenas de recreação”, afirma Freitas, que há dois anos e meio trabalha com o Wii por considerá-lo mais lúdico, fácil e simples. De acordo com o fisioterapeuta – especializado em neurologia, quando há um profissional por perto a pessoa se sente mais segura e solta. A opinião é compartilhada pela terapeuta ocupacional Thais Terranova, que atua na Rede de Reabilitação Lucy Montoro, mantida pelo Governo de São Paulo: “Para jogar em casa, sozinho, o paciente precisa ter a garantia de que não há riscos, quando a família pode ajudar”, explica. Quando vai à residência de pacientes, Freitas propõe jogos de lógica, soma, cores e esportes como tênis, boxe, boliche e arco e flecha. “Este último ajuda principalmente os portadores de Parkinson, pois melhora a concentração e o controle sobre os tremores”, conta. Os movimentos trabalhados durante o treino também são feitos do ponto de vista funcional, ou seja, levando-se em conta o que aquele indivíduo precisa no dia-a-dia. Em geral, dos três dias de terapia convencional realizados na semana, um é reservado para o game. Ainda, conforme o profissional, o hospital Albert Einstein vem passando por reforma para adequar um espaço destinado a esse tipo de tratamento. “Acredito que para o ano que vem isso seja possível. O pedido de compra de equipamentos já foi feito”, fala. A atividade poderia ser realizada em grupo – o que na opinião do fisioterapeuta tem um ganho motivacional de socialização, competição e compartilhamento. Segundo a fisiatra Marta Imamura, Presidente da Associação Brasileira de Medicina Física e Reabilitação e médica do Hospital das Clínicas de São Paulo, jogos virtuais e robôs dão ritmo e constância para o cérebro funcionar: “Duas semanas de tratamento garantem melhoras por até um ano, enquanto que os membros superiores são os mais beneficiados”. Contudo, de acordo com o neurologista Alexandre Pieri, do Hospital Albert Einstein, independentemente de ser videogame, é importante o paciente sair da cama o quanto antes e manter uma atividade constante na área afetada.
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