A Agência Nacional de Vigilância Sanitária, na última semana, decidiu proibir a venda – a partir de janeiro – de mamadeiras de plástico que tenham a substância chamada BPA. Estudos indicam que há risco para a saúde dos pequenos. Quando se trata de saúde, vale o princípio da precaução. Por isso, mesmo não tendo pesquisas conclusivas feitas com seres humanos que foram expostos à substância, a Anvisa decidiu proibir a fabricação e a venda de mamadeiras que contenham bisfenol-A (também chamado simplesmente de BPA). A substância é utilizada na produção do policarbonato, um tipo de plástico transparente e resistente; estudos no exterior sugerem que mesmo em quantidades pequenas, o BPA pode causar problemas neurológicos e hormonais, principalmente em bebês e crianças pequenas. “Tem sido associado ao aumento da frequência da síndrome de hiperatividade, também associado ao desenvolvimento da puberdade cada vez mais precoce no sexo feminino e, na vida adulta, os meninos expostos poderão desenvolver infertilidade”, aponta Tânia Bachega, da Sociedade Brasileira de Endocrinologia. Já em adultos, o BPA foi relacionado ao câncer de mama, distúrbios no coração e obesidade. A substância também é usada para fabricar vasilhas e copos plásticos – mas esses itens continuam liberados pelo órgão nacional. “No momento a discussão principal, a preocupação principal são com as crianças, por conta da imaturidade de seu sistema de eliminação em metabolizar e eliminar esse material”, explica Denise Rezende, gerente de alimentos da Anvisa. Ainda, a associação do setor afirma que fabricantes brasileiros pararam, em 2010, por iniciativa própria, de produzir os produtos com bisfenol. Mamadeiras com BPA já foram banidas da União Europeia, Canadá, China e em Estados norte-americanos, enquanto que no Brasil a fabricação e a importação será suspensa em 90 dias. Enquanto isso, as mamadeiras que estiverem em estoque apenas poderão ser vendidas até 31 de dezembro próximo.