Um estudo realizado na Dinamarca afirma que marcas amarelas nas pálpebras são um sinal de risco de ataque cardíaco e outras doenças. A pesquisa, publicada no site especializado British Medical Journal, mostra que pessoas que apresentam lesões cutâneas conhecidas como xantelasmas estão 48% mais propensas a ter um enfarte. De acordo com os estudiosos, as pequenas bolsas de tom amarelado situadas nas pálpebras são formadas por depósitos de colesterol; essas marcas indicam ainda a formação de gordura em outras partes do corpo. Por isso, cardiologistas afirmam que a descoberta poderá auxiliar médicos a diagnosticar pacientes que possuem riscos de sofrer ataques cardíacos. Na década de 1970, uma equipe de pesquisadores do Hospital Herlev, na Dinamarca, passou a acompanhar um grupo de 12.745 pessoas. Destes, um total de 4,4% apresentava xantelasmas. Após 33 anos do início do estudo, 1.872 pessoas sofreram infartos, 3.699 desenvolveram doenças cardíacas e 8.507 morreram. – O estudo mostrou que pessoas com as bolsas amarelas em torno dos olhos sofriam mais risco. Entre os que possuíam o sinal característico da doença, 48% estavam mais propensos a sofrer um ataque cardíaco, 39% estavam mais inclinados a desenvolver doenças cardíacas e 14% tinham mais chances de morrer ao longo do estudo. Os pesquisadores acreditam, então, que pacientes com xantelasmas estão mais propensos a contar com depósitos de colesterol ao longo do corpo. O acúmulo de gordura nas paredes das artérias, conhecido como arteriosclerose, induz a derrames e ataques cardíacos. Tanto para homens como mulheres em diferentes grupos, o estudo mostra que existe uma chance de 25% de portadores de xantelasma sofrerem de ataques cardíacos na próxima década. Pesquisadores afirmam ainda que portadores da doença (xantelasma) deveriam passar por “mudanças em seus estilos de vida e também por tratamentos, a fim de reduzir o mau colesterol”. Contudo, os médicos advertem que, atualmente, “a maior parte das pessoas com xantelasmas procura dermatologistas, a fim de ter suas marcas removidas apenas por razões estéticas. Por conta disso, muitos pacientes não recebem tratamentos adequados para combater seu crescente risco de sofrer doenças cardiovasculares”.