Norte-americanos descobrem sistema de “limpeza” do cérebro

29/08/2012

Neurocientistas do Centro Médico da Universidade de Rochester, nos EUA, descobriram um sistema de drenagem pelo qual o cérebro elimina resíduos. A pesquisa foi publicada na última semana, na revista Science Translational Medicine, e os cientistas esperam aplicá-la em tratamentos de Mal de Alzheimer e Mal de Parkinson. O sistema atua como se fosse diversos encanamentos que aproveitam os vasos sanguíneos do cérebro e fazem a “drenagem” da mesma forma que o sistema linfático no restante do corpo. A equipe chamou o novo sistema de “glinfático”, já que está administrado pelas células do cérebro conhecidas como células da glia. A equipe fez a descoberta em ratos, cujos cérebros são muito similares aos dos humanos. A autora principal do artigo e co-diretora do Centro de Neuromedicina da Universidade de Rochester, Maiken Nedergaar, afirma que “a limpeza de resíduos é de vital importância para todos os órgãos, havendo ainda muito tempo para perguntas sobre como o cérebro se desfaz de seus resíduos”. “O trabalho demonstra que o cérebro está se limpando de maneira mais organizada e em uma escala muito maior do que se tinha pensado anteriormente”, comenta Maiken, que expressa o desejo de que a descoberta sirva para tratar doenças cerebrais. “Temos a esperança de que esses resultados tenham implicações para muitas condições que afetam o cérebro como lesões cerebrais por traumatismo, derrames, Mal de Alzheimer e Parkinson”, continua. De acordo com o publicado, os cientistas observaram que o líquido cefalorraquidiano tem papel importante na limpeza do tecido cerebral, encarregado de levar os produtos dos resíduos e os nutrientes para o tecido cerebral, através de um processo conhecido como difusão. O sistema recentemente descoberto circula por todos os cantos do cérebro de maneira eficiente pelo que os cientistas chamam de fluxo global: “É como se o cérebro tivesse dois coletores de lixo: um lento que já conhecíamos e um rápido que acabamos de conhecer. Dada a alta taxa de metabolismo no cérebro e sua grande sensibilidade, não é de se estranhar que os mecanismos para se desfazer dos resíduos sejam mais especializados e amplos do que se pensava”, termina Maiken.
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