Vacina de HPV é indicada também para prevenir o câncer anal

16/01/2013

Recentemente a Agência Nacional de Vigilância Sanitária aprovou uma nova indicação para a vacina contra o vírus do papiloma humano (HPV): o câncer anal. As três doses recomendadas, que ainda não estão disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS) – apenas na rede privada – já têm sido usadas para prevenir o câncer do colo do útero. Mas, para ter maior eficácia, a aplicação da vacina de HPV deve ser feita antes do início da atividade sexual tanto de mulheres como de homens, principalmente entre nove e 26 anos de idade. O motivo é que, nessa fase, as pessoas ainda não se expuseram tanto ao vírus, que é uma doença sexualmente transmissível (DST). A decisão da Anvisa se baseou em um estudo da Universidade da Califórnia em San Francisco, nos EUA, que foi publicado em outubro de 2011, na revista científica New England Journal of Medicine. Ainda a pesquisa mostra que a vacina de HPV para evitar o câncer anal é segura e eficaz – e que, embora esse tipo de tumor seja menos comum, o número de casos tem aumentado consideravelmente nos últimos anos nos EUA, principalmente entre homens homossexuais e pacientes com HIV. De acordo com o professor Joel Palefsky, quem conduziu o estudo clínico com 602 voluntários homens, quase 6 mil norte-americanos são diagnosticados por ano com câncer anal – e mais de 700 morrem. O trabalho aponta, também, que a infecção pelo HPV é a mais comum por via sexual no país. Homens analisados eram homossexuais de países como EUA, Canadá, Brasil, Austrália, Croácia, Alemanha e Espanha. Todos haviam mantido entre um e cinco encontros sexuais quando tinham entre 16 e 26 anos. Assim os voluntários foram divididos em dois grupos: em um foi aplicada a vacina Gardasil, que protege contra os quatro principais tipos de HPV (6, 11, 16 e 18), e o outro recebeu placebo (substância sem princípio ativo nem efeitos colaterais). Os tipos 6 e 11 costumam causar verrugas no ânus e nos genitais, enquanto que o 16 e o 18 estão mais envolvidos em casos de câncer. Os pacientes integraram o estudo entre 2006 e 2008, tendo sido acompanhados por mais três anos após a última dose da vacina. Os resultados mostraram que a imunização diminuiu a incidência de lesões pré-cancerosas em quase 75% entre os homens que não haviam sido expostos anteriormente a nenhum dos tipos virais presentes nas doses. Já entre aqueles que haviam tido contato com essas cepas, a eficácia foi de 54%. No Brasil, conforme o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o tumor do canal anal é mais frequente em mulheres, enquanto o que surge nas bordas ocorre mais em homens. A doença é considerada rara e representa de 2% a 4% de todos os tipos de câncer que atingem o intestino grosso. A faixa etária mais predisposta é após os 50 anos, mas adultos jovens têm manifestado bastante o problema nos últimos anos. Contudo, como formas de prevenção é indicado fazer sexo anal sempre com preservativo, pois há bactérias no intestino e microfissuras no ânus que podem facilitar uma infecção. O Inca também recomenda manter uma dieta balanceada com pelo menos cinco porções diárias (400g) de frutas, legumes e verduras, além de pouca gordura, bem como a prática de exercícios físicos regulares – que reduzem o risco de câncer em geral.
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