Falta de saneamento básico ainda é problema grave no Brasil
06/03/2013
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) anunciou no final de 2012 novos números de um velho problema que acomete a população brasileira. A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios mostrou a gravidade da falta de saneamento básico em nosso país.
De 2009 para 2011, a expansão da coleta de esgoto foi modesta, atingindo segundo o IBGE, pouco mais de 3%.
Quase 40% dos domicílios brasileiros não estão sequer conectados à rede coletora de esgotos. Para deixar a situação ainda pior, em boa parte dos casos em que o esgoto é coletado, não há tratamento. Segundo dados do próprio governo federal, apenas 38% de todo o esgoto produzido no Brasil recebe algum tipo de tratamento. O resto ameaça a saúde das pessoas e o meio ambiente.
São aproximadamente 15 bilhões de litros de esgoto sem tratamento despejados todos dia na natureza, o que equivale a 6,3 mil piscinas olímpicas.
Em relação à coleta de lixo, o IBGE apurou um pequeno aumento no número de residências beneficiadas em todo o país. Na Região Norte, a proporção de domicílios atendidos diminuiu porque o serviço de coleta de lixo não conseguiu acompanhar o crescimento do número de novas residências.
Números no mundo
Seis em cada dez pessoas não possuem acesso a saneamento adequado. O dado, divulgado pela Sociedade Americana de Química (ACS), corresponde à média mundial, calculada a partir de pesquisa realizada em 167 países. Segundo o estudo, 40% da população global utiliza formas improvisadas de saneamento e mais de 4 bilhões não possuem acesso a algumas facilidades, como sanitários com descarga.
A publicação classifica como saneamento adequado condições que possam proteger os usuários e o ambiente ao redor de efeitos prejudiciais à saúde, como o contato direto com excrementos. Nesta classificação não estão incluídas medidas mais elaboradas, como tratamento de esgoto ou ações que evitem a contaminação de rios, lagos e oceanos.
Essa situação identificada pelo estudo pode provocar doenças e mortes. As diarreias respondem por mais de 50% das doenças relacionadas ao saneamento básico inadequado, e a ausência de saneamento básico também favorece doenças como a hepatite A, a febre tifóide, a cólera, a giárdia e os salmonelos.