Espécie de UTI do crack apostará em internação compulsória de dependentes

10/04/2013

Forma menos pura da cocaína, o crack tem um poder infinitamente maior de gerar dependência, pois a fumaça chega ao cérebro com velocidade e potência extremas. Ao prazer intenso e efêmero – com duração de cerca de cinco minutos –, segue-se a urgência da repetição. Problema recorrente e exponencial na cidade de São Paulo, o combate à droga ganha agora mais um aliado com o novo serviço de desintoxicação de dependentes, que se chamará Unidade de Atendimento ao Dependente (Unad), o primeiro da gestão de Fernando Haddad (PT). Com data prevista para iniciar no dia 21 desse mês, o plano trabalhará para mostrar que a internação compulsória – feita contra a vontade do usuário, por determinação da Justiça – pode ter resultados tão bons quanto a voluntária. O responsável pela coordenação do hospital é o psiquiatra Ronaldo Laranjeira, um dos entusiastas deste tipo de tratamento. Laranjeira trabalha para a Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), que ganhou a licitação para assumir o hospital em Heliópolis, na zona sul de São Paulo. A Unad substituirá o Serviço de Atenção Integral ao Dependente (Said), que funcionou nos últimos três anos sob a responsabilidade da Sociedade Hospital Samaritano. O convênio com a entidade foi desfeito por Haddad em janeiro, pois custava aos cofres públicos cerca de R$ 8 milhões a mais do que o novo projeto custará, cerca de R$ 21,1 milhões. O enxugamento vai provocar mudanças nos serviços. O número de vagas permanecerá o mesmo: capacidade para 80 pacientes. Desses, 50 são para menores de 18 anos, 20 dos quais destinados a internações compulsórias de adolescentes. A diferença principal será no tempo médio da internação, que sob o Samaritano, era de 3 a 6 meses. A ideia é reduzir esse período para 30 dias. Também foi reduzido o número de funcionários trabalhando no serviço. Caiu de 200 para menos de 100. Segundo o psiquiatra Juvenal Marques Oliveira Neto, da Secretaria Municipal da Saúde, o período de desintoxicação leva cerca de 30 dias. Depois, o dependente vai receber atendimento em unidades do Sistema Único de Saúde (SUS) e clínicas terapêuticas, com exceção aos casos de internação compulsória, que levam mais tempo para surtir o efeito desejado.
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