Após série de estudos, cientistas dizem ter descoberto origem do câncer de mama
10/07/2013
Em sua essência, o câncer é uma célula entre milhões de outras que começa a funcionar mal. No caso do câncer de mama – um dos que mais afetam as mulheres no mundo – na maioria das vezes essa célula maligna fica nos ductos que levam o leite da glândula mamária até o mamilo.
Mas, por que ali e não em outra parte? O que há de tão especial nesta região?
Num estudo publicado na revista especializada Stem Cell Reports, os cientistas David Gilley, da Faculdade de Medicina da Universidade de Indiana, nos Estados Unidos, e Connie Eaves, do Laboratório Terry Fox da Agência para o Câncer em Vancouver, no Canadá, explicam como descobriram que todas as mulheres - propensas ou não a desenvolver câncer de mama - têm uma classe particular de células-mãe com telômeros (estruturas que formam as extremidades do cromossomo) extremamente curtos.
A dupla se deu conta de que estes cromossomos, com as extremidades tão pequenas, fazem com que as células fiquem mais propensas a sofrer mutações que podem desenvolver o câncer.
Ao contrário de muitos estudos sobre o câncer, a investigação se deu em mulheres normais que doaram seus tecidos após terem se submetido a uma operação de redução de seios por razões estéticas.
Prevenção
Os cientistas ainda explicaram que as células-mãe se dividem em células chamadas de diferenciadas ou finais, que, por sua vez formam o ducto mamário. E é nessas células em que se origina o câncer de mama.
Apesar de todas as mulheres terem células com telômeros bem curtos, nem todas desenvolvem câncer de mama. Em alguns casos, porém, a multiplicação dessas células pode funcionar mal e produzir uma célula maligna, explica Gilley.
Para os especialistas, o estudo lhes permite entender o que está por trás do início do câncer de mama e estabelecer marcadores que sirvam de parâmetro para exames a partir de amostras de tecidos e sangue, e poder monitorar todas as mulheres, especialmente as que têm alto risco de desenvolver o câncer, seja por fatores genéticos ou hábitos cotidianos.