Alzheimer. Como identificar e lidar com a doença
01/09/2010
Site Terra e HC da Faculdade de Medicina da USP
O dia mundial do Alzheimer foi comemorado no último dia 14 de setembro, mas a doença que afeta cada vez mais pessoas ao redor do mundo ainda gera muitas dúvidas. Os principais sintomas do portador de Alzheimer são os repentinos esquecimentos, lapsos, desorientação espacial e dificuldades em realizar simples tarefas.
Esta ainda é uma doença de causa desconhecida e sem cura, mas, se detectada com bastante antecedência, os sintomas podem ser tratados para adiar a fase terminal do Alzheimer. Neurologistas do Hospital das Clínicas, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, alertam para a doença que atinge 5% da população com mais de 65 anos. Após os 80, a prevalência da doença é de 15%. No Brasil estima-se que 700 mil pessoas sofrem com o mal.
“Quanto mais cedo o Mal de Alzheimer for identificado, mais tempo o paciente manterá suas funções cognitivas preservadas”, afirma o neurologista Ricardo Nitrini, também coordenador do Ceredic (Centro de Referência em Distúrbios Cognitivos do HC).
Com o prolongamento da vida do brasileiro, é natural que o número de casos tenha aumentado. Nestes casos é sempre indicada uma orientação profissional e o acompanhamento de casos parecidos para uma preparação psicológica da família para aceitar as fases seguintes do desenvolvimento da doença. Nos estágios mais avançados, o portador do mal não reconhece familiares nem os amigos. Com o tempo, perde a identidade e torna-se dependente.
A assistência deve obedecer cada fase da evolução do processo demencial para melhoria dos sintomas, diz Nitrini, uma vez que não há tratamento capaz de impedir ou curar a enfermidade.
Nas fases iniciais e intermediárias predominam-se as técnicas de reabilitação, as táticas de readaptação e os psicofármacos. Na fase avançada o tratamento é voltado a comorbidades, comuns em pacientes com afecções crônicas debilitantes e aos cuidados de enfermagem.
Como qualquer doença degenerativa, o Alzheimer influencia no emocional de toda a família, que precisa estar pronta para dar toda a assistência ao portador. Mas é importante ficar atento aos sintomas para poder prolongar ao máximo o tempo de convivência com este familiar.