Britânicos criam banco de células de pacientes com doença de Parkinson

22/06/2011

Pesquisadores em Oxford, na Grã-Bretanha, criaram um banco de células cerebrais geradas artificialmente a partir do material genético de pacientes que sofrem do Mal de Parkinson. A BBC – Tv britânica – apurou que os pesquisadores estão usando uma nova técnica, que lhes permite transformar um pequeno pedaço de pele em um pequeno pedaço de cérebro. É a primeira vez que tal procedimento é feito em um estudo de larga escala, cujo objetivo é encontrar possíveis curas para a doença. Os cientistas afirmam que, com os avanços, devem conseguir analisar as células nervosas dos pacientes à medida que elas começam a se deteriorar. Para tanto, a primeira leva de células nervosas foi criada a partir de células de Derek Underwood, de 56 anos, morador do condado de Oxfordshire. Underwood, que teve de se aposentar precocemente por causa do avanço do Mal de Parkinson, será o primeiro dos 50 pacientes cujas células, retiradas da pele, serão usadas para criar células cerebrais como parte do estudo de cinco anos de duração. Conforme Richard Wade Martins, da Universidade de Oxford – líder da pesquisa, a meta é criar um “banco cerebral”, que permita que os cientistas estudem a evolução da doença com detalhes nunca vistos. “O cérebro é um órgão inacessível, não podemos tirar partes deles para estudá-los”, fala Wade Martins, que continua: “[Com o novo banco] teremos células que serão iguais às do cérebro de Derek [Underwood], porém acessíveis e possíveis de serem produzidas em quantidade ilimitada”. PRÁTICAS O primeiro passo, de acordo com a médica Michelle Hu, do Hospital John Radcliffe, em Oxford, será comparar as células tiradas dos pacientes com outras tiradas de voluntários saudáveis. Assim será possível notar suas diferenças. “Pela primeira vez podemos olhar para as células antes que elas se deteriorem, observando suas mudanças iniciais”, explica. “Podemos observar quais processos celulares estão causando a morte das células e entender o porquê delas adoecerem. E queremos saber também se há tratamentos que possam reverter esse processo, bem como ajudar os pacientes a reconquistar suas funções normais”, completa. Trata-se, portanto, do primeiro estudo clínico de larga escala a usar a técnica desenvolvida por cientistas japoneses há três anos, chamada de “célula-tronco pluripotente induzida”, “IPS”, na sigla em inglês. Genes são inseridos nas células da pele, reprogramando-as para se converterem às células cerebrais. A técnica IPS é semelhante à de células-tronco embrionárias, mas a IPS não resulta na criação de um embrião – despertando, dessa forma, menos questionamentos no âmbito ético.
Conversar pelo Whatsapp
Olá estamos esperando seu contato!
Que tal tirar suas dúvidas pelo WhatsApp?
Iniciar Conversa!