Cientistas analisam combinação de remédios para idosos a risco de morte
29/06/2011
Pesquisa revela que a combinação de remédios usados para combater problemas cardíacos, depressão e alergias podem aumentar o risco de morte e deterioração de funções cerebrais entre os idosos. Cientistas estimam ainda que metade das pessoas com 65 anos ou mais consomem regularmente tais medicamentos.
O estudo foi realizado entre 13 mil pessoas de 65 anos ou mais, pela Universidade de Anglia, na Grã-Bretanha, a partir de dados coletados entre 1991 e 1993, envolvendo medicamentos vendidos mediante a apresentação de receita médica ou outros que dispensavam a apresentação de receita. A pesquisa se centrou nos efeitos colaterais desses remédios sobre uma substância química chamada acetilcolina, produzida no cérebro.
A aceliticolina é um neurotransmissor que exerce papel vital no sistema nervoso – o de passar mensagens de célula nervosa para célula nervosa. – Mas muitos remédios, quando tomados simultaneamente, afetam o funcionamento da acetilcolina.
Tal pesquisa classificou 80 medicamentos de acordo com sua suposta capacidade “anticolinérgica” (anticolinérgicos são substâncias extraídas de plantas ou sinteticamente produzidas, que inibem a produção de acetilcolina). Elas foram classificadas em um placar que ia de 1 a 5.
Remédios considerados amenos foram avaliados como sendo de categoria 1; os de efeitos considerados moderados foram listados como sendo 2; os avaliados como tendo efeitos severos foram listados na categoria 3; já pacientes que tomavam uma droga considerada severa, juntamente com outras duas consideradas amenas, eram enquadrados na categoria 5.
Entre os considerados moderados figuram o analgésico codeína e o anticoagulante warfarin. Os que foram classificados como severos estão o ditropan, tomado para prevenir incontinência, e o antidepressivo seroxat.
Durante os anos de 1991 e 93, 20% dos pacientes que marcaram 4 pontos ou mais morreram e, entre aqueles que não tomaram medicamentos anticolinérgicos, apenas 7% morreram. Ainda os pacientes que marcaram 4 pontos ou mais tiveram um aumento de 4% na degeneração de suas funções cerebrais.
Contudo, o estudo ainda não pôde concluir que necessariamente os medicamentos causaram morte ou reduziram as funções cerebrais; apenas indica uma associação.